Antigamente, cada país, cada região, precisava produzir os produtos de consumo próprio, era difícil, caro e inseguro comprar ou vender para terras remotas, algo realmente esporádico. Com a tecnologia e o encurtamento das distâncias, ficou mais fácil importar exportar.
A partir daí, os países já não mais precisavam produzir só o que iriam consumir e nem consumir só o que produziam: cada território foi beneficiado com a possibilidade de adquirir produtos exóticos, a gama de produtos em oferta aumentou. Porém, ao mesmo tempo que aumentou a gama de opções de compra, os países enxugaram e empobreceram a pluralidade do roll de produtos a produzir.
Alguns países especializaram-se em alguns produtos, passaram a produzi-los enfaticamente, outros países fizeram o mesmo com outros produtos. A produção mundial foi ampliada, graças às vantagens comparativas (potencial de um território em produzir um determinado gênero).
Disparidades entre países
No entanto, o comércio exterior ajudou a acentuar as diferenças entre os países, justamente porque alguns diversificaram e aprimoraram seus parques industriais, passando a produzir principalmente bens de alto valor agregado, tecnologia; enquanto outros países concentraram-se em produzir commodities: com o passar dos tempos, os agroexportadores tiveram de exportar cada vez mais bens primários para importar a mesma quantidade de bens industrializados.
Apenas por acentuar as diferenças entre os países, o mercado externo já seria passível de críticas, mas não foi apenas isso. Também colaborou para gerar disparidades de renda dentro dos países, principalmente naqueles agroexportadores.
Por que acentou as disparidades internas?
Acompanhemos esse raciocínio: quando alguém exporta para um determinado país, ele cria laços econômicos com esse país, logo, dependerá da economia dessa nação para ter sucesso: o exportador cria um elo onde seus ganhos ficam condicionados não ao seu território, mas sim à terra compradora, havendo aí um considerável desligamento do exportador para com seu país.
Passa-se a não depender ou depender pouco do mercado interno, menosprezando-o. Bens de capital (máquinas, terras, equipamentos, etc) que poderiam ser utilizados para suprir a depanda interna, não o fazem.
Como poderia ser revertido?
Para reverter esse quadro de desligamento do exportador para com seu território, os lucros gerados pela exportação deveriam ser lançados ao mercado interno na forma de demanda, procura por mercadorias, bens e serviços, aquecendo-o. Mas isso nem sempre ocorre, observa-se o exportador adquirindo poucos produtos no mercado interno (principalmente no mercado regional). Assim, o processo produtivo fica extrovertido (voltado ao exterior) e o lucro é pouco aplicado na forma de demandas.
A importância do pequeno exportador
Poderíamos então dividir os exportadores em dois grupos: os que pouco geram demandas no mercado interno e os que geram mais demandas. Os segundos são principalmente pequenos exportadores. Recentemente, o governo federal, através de seus órgãos e estatais, vem incentivando a exportação do pequeno.
E todos sabem: quanto menos renda a pessoa tem, geralmente maior percentual de sua renda ela gasta, gerando mais demandas, aquecendo o mercado interno. Daí a importância do pequeno exportador: ele ganha um dinheiro que não existia no país e cria uma demanda extra no mercado de sua cidade, estado, país - gerando um efeito bem diferente da exportação tradicional.
O comércio exterior aproxima (economicamente) agentes economicos (geograficamente) remotos e distancia (economicamente) agentes econômicos (geograficamente) próximos
No comments:
Post a Comment