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Wednesday, August 13, 2008

Subsídios agrícolas: bom para eles, não tão ruim para nós

Subsídios agrícolas: bom para eles, não tão ruim para nós

O que são os tão badalados subsídios agrícolas nos países ricos que os países exportadores de commodities (agroexportadores, como o Brasil) tanto sonham em destruir?

Subsidiar é comprar por um preço acima do que deveria ou vender a um preço abaixo do que deveria. Só isso? É, basicamente.

Comer é uma das necessidades fisiológicas: todo e qualquer ser humano precisa, inclusive os habitantes dos países ricos.

Incentivar a produção nacional
Nos países ricos, eles adotam uma política interessante para não precisar importar tantos alimentos: os cofres públicos gastam milhões para tornar pequenas áreas ainda mais produtivas. Isso eleva o custo de produção da comida, sendo neutralizado pelos baixos impostos ao setor e largas linhas de crédito a baixos juros dados pelo governo.

Importar seria mais barato
De fato, importar comida dos países agroexportadores seria mais barato que subsidiar uma produção nacional intensiva. Porém, eles não pensam apenas de forma direta (como nós), pensam também de forma indireta: se importarem comida, a balança comercial será afetada, é dinheiro saindo do país; se eles comprarem essa comida dos próprios agricultores nacionais, o capital fica lá, circulando dentro da economia deles, gerando mais empregos e prosperidade.

Oferecer largos incentivos (subsídios) aos agricultores desses países é uma forma de fazer com que a produção agrícola deles não fique tão cara, ficando até mais barata que a comida importada, que precisa pagar alfândega e outros impostos (tanto no país de fabricação como de consumo).

A quem interessa derrubar os subsídios?
Especificamente, duas espécimes de organizações serão beneficiadas com a extinção dos subsídios nos países ricos: os bancos centrais dos países exportadores de commodities e claro, os fazendeiros desses países. Então eu-vos pergunto: quem são os fazendeiros-exportadores do Brasil: latifundiários ou pequenos produtores? Vale um doce...

Cerca de 70% da comida que o brasileiro come é proveniente das pequenas e médias propriedades: aos grandes produtores interessa é o mercado europeu, norte-americano, e outros com maior poder de compra que nós. O lucro seria para uma pequena parcela da população brasileira, quase só para os grandes proprietários de terras.

Quem perderia com sua derrubada?
Derrubar os subsídios representa a falência dos produtores rurais dos países ricos (quase todos pequenos produtores); além de fuga de capitais. Os governantes desses países sabem muito bem que se não derem boas condições de vida às populações rurais, migrarão para as cidades, onde pode não haver emprego e moradia para todos.

Fora falar da possibilidade de degradação ambiental nos países exportadores.

Menos capital na economia, mais desempregados e mais pessoas desocupadas nas grandes cidades. Que país quer isso? Por causa disso os países ricos, de forma protecionista, oferecem subsídios agrícolas.

Esse é um exemplo onde o Neoliberalismo expressa sua despreocupação com o país: pelo livre mercado, a importação deveria ser feita. Mas, em uma ideologia preocupada com o país, a produção nacional é subsidiada. Observa-se então uma das facetas do Neoliberalismo: valorização da melhor oferta em detrimento do país.

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