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Do blogueiro Alan Lemos, comentando a postagem Alcoa deste blog...
Coitado do Pará, aceitando meia dúzia à dúzia inteira. Aliás, nem chega a meia dúzia, seria até muito.
Aceitar "meia dúzia" porque vai sim gerar empregos, impostos e vai aquecer a economia (isso já é muito mais que nada). Mas são valores ínfimos se comparados aos lucros da ALCOA.
Enquanto os poderes públicos e os investidores paraenses não se importarem tanto com os lucros diretos gerados por empreendimentos como esses, continuaremos recebendo fração do que nos cabe.
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E as mineradoras expandindo sua extração. "(...) a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte (...)".
Essa passividade amazônica é o que me revolta: estamos deitamos em cima de recursos naturais e aceitamos uma única banana como retribuição por deixar estrangeiros extraírem um cacho de bananas em nossas terras.
Abraços
Multinacionais na Amazônia geram benefícios à sociedade?
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Eu costumo afirmar que investimento externo é meio bom. É sem dúvida comemorado, gerará benefícios como empregos diretos e indiretos, impostos, aquecerá a economia, os fluxos e trocas comerciais. É inegável: essa é a metade boa. Porém, olhemos pelo outro lado: a multinacional instala essa estrutura e benesses todas aqui, mas levará um valor muito maior em troca, grande parcela de nosso minério pertencerá a eles: essa e a metade ruim.
Provincianismo financeiro: colonização de exploração x povoamento
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Eu costumo comparar os investimentos do capital externo como a colonização de exploração: na fundação de cada nova vila ou cidade no Brasil colônia, tudo construia-se muito rapidamente, moendas, ruas, igrejas, casas, portos, toda a estrutura básica. Porém, as décadas seguintes eram marcadas por um semi-marasmo econômico. O local estará amordaçado por alguma metrópole.
Enquanto que nos territórios onde houve colonização de povoamento, tudo era muito difícil, era demorado para construir-se um porto, uma estrada, casas. Mas quando essa sociedade tinha essas conquistas, era dela. O começo era difícil, mas os tempos seguintes eram marcados por largos passos. Isso sim é liberdade.
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A mesma coisa é com o provincianismo financeiro: quanto tudo é feito com o dinheiro de estrangeiros, é tudo muito rapidamente. Porém, o prejuízo é sentido nas décadas seguintes: toda essa estrutura pertencerá aos estrangeiros. Enquanto que em locais onde a propria população e empresariado regional investem, cresce com as próprias pernas: mais soberania financeira.
Isso é para lugares muito pobres
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O provincianismo financeiro seria mais adequado a territórios realmente pobres, sem um mísero capital para investir em si próprio: aí sim deveria ser aberta uma concessão para exploração dessas pessoas que não têm muita preocupação pelo território em questão.
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